quinta-feira, 14 de maio de 2009

Memória do Futebol Alagoano - Ferroviário


O Ferroviário Atlético Clube é um clube brasileiro de futebol, da cidade de Maceió, capital do estado de Alagoas. Suas cores são verde e branco.

A história do Ferroviario

O Ferroviário Atlético Clube fundado no dia 02 de maio de 1937, já foi uma das mais poderosas equipes do futebol alagoano. Começou a participar dos campeonatos oficiais em 1951, já no ano de 1953 se sagrava campeão da capital e em 1954 campeão estadual. Seu plantel era formado por grandes jogadores que tinha a base da seleção alagoana da época. A maioria dos jogadores conseguiram empregos na Rede Ferroviária. Depois, somente em 1977 é que o clube esmeraldino voltou a brilhar. Um brilho que não demorou muito e Ferroviário começou a descer a ladeira de maneira rápida. Com uma pequena torcida e minguado corpo social, o clube da Rede Ferroviária foi desaparecendo. Chegou até a mudar de cor. Passou de verde e branco para vermelho e amarelo. Chegou a disputar alguns campeonatos alagoanos da II divisão mas, sem nenhum sucesso. Hoje, ninguém fala mais no Ferroviário.
O Ferroviario participou dos seguintes campeonatos alagoanos da primeira divisão.
De 1951 a 1960, 1963 e de 1966 a 1989.
Parou em 1989 e nunca mais voltou a participar da primeira divisão.


Time do Ferroviário - 1953 - Em pé, o técnico Madalena, Aldo, Vetinho, Bequinho, Newton, Peça, Chico(Diretor), Valdevino(Presidente). Agachados, Botinha, Orizon, Tadeu, Quincas, Sucata e Dirson.
Títulos


Estaduais
Campeonato Alagoano: 1954.

Ferroviario campeão alagoano de 1954

Na história do futebol alagoano existem páginas de cativante beleza. A grande maioria dessas páginas foi escrita em cores, onde prevaleceram sempre o vermelho e o azul. Mas antes do advento do Trapichão, algumas páginas foram escritas com outras cores, como por exemplo, o verde e branco, representando na época o Ferroviário. Disputando seu primeiro campeonato oficial em 1950, os esmeraldinos conquistaram o certame de 1954. No ano anterior, o Ferroviário havia ganhado o campeonato da cidade e o ASA de Arapiraca o do interior. O regulamento mandava que os dois disputassem uma melhor de três para decidir o titulo do Estado. O Ferroviário se recusou a participar esta decisão e a Federação proclamou o ASA o campeão alagoano de 1953.
No ano seguinte, o campeonato foi disputado em dois turnos. O primeiro foi conquistado pelo CRB e o segundo pelo Ferroviário. Pelo regulamento o campeão seria conhecido através de uma melhor de três entre os campeões de cada turno. A imprensa dava como favorito o time da Rede Ferroviário que possuía um plantel com muitos veteranos bons de bola e alguns jovens com muita vontade de vencer.
Mas para ganhar o segundo turno, o Ferroviário começou vencendo o Auto Esporte por 3x1. Depois goleou o CSA por 3x0. Superou o Esporte Clube Alagoas por 2x1. Derrotou o Alexandria também por 2x1. Entretanto, no último jogo contra o CRB, perdeu por 1x0. Mesmo perdendo, o Ferroviário ficou o titulo do segundo turno. Este resultado deu a falsa impressão ao CRB que o clube da pajuçara poderia ganhar a melhor de três na decisão do titulo de campeão da temporada.
No primeiro clássico da série, o time da Rede obteve uma sensacional vitória por 2x1, dando personalidade ao elenco. Tanto que, mesmo sendo derrotado, também por 2x1, no segundo jogo, foi para a “negra” com muita disposição. Este foi sensacional e disputado no dia 15 de maio de 1955. Isso mesmo. O campeonato de 1954 somente foi decidido no ano seguinte. O CRB chegou a abrir o marcador. O gol não abalou o Ferroviário que virou o marcador para 3x1 e selou a campanha de 1954. Estava, assim, escrito um capitulo em verde e branco na história do futebol alagoano.
Detalhes do terceiro jogo da decisão do campeonato.
Dia: 15 de maio de 1955.
Local: Pajuçara.
Juiz: Adalberto Silva.
Ferroviário 3 x CRB 1.
Gols de Zequinha (CRB). Aldo dois e Vetinho (Ferroviário).
Ferroviário campeão com Quincas. Sucata e Orizon. Botinha. Dirson e Ilzo.
Aldo. Vetinho. Bequinho. Newton e Bewilson.
O CRB vice campeão com Luiz. Helio Ramirez e Miguel Rosas. Salinho. Tadeu e Castanha. Miro. Perereca. Zequinha. Eraldo e Malvino.
Anormalidade: Perereca perdeu um pênalti aos 40 minutos do primeiro tempo quando o marcador era de 1x1.

Ferroviario campeão do Torneio Inicio de 1952


Foto da equipe do Ferroviário que disputou o quarto jogo contra o CSA.
Em pé: Pirilo. Orizon. Newton. Piolho. Dirson e Bá.
Agachados: Peça. Vetinho. Claudinho. Aldo e Milton Mongôlo.


Quando no futebol alagoano, existia o torneio inicio, havia detalhes interessantes. No de 1952, os jogos de dois tempos de dez minutos, podiam ser decididos também nos escanteios. Isso mesmo. Os escanteios contavam para a classificação. Vamos ver como o Ferroviário conquistou o titulo do torneio inicio de 1952. O torneio foi no campo da pajuçara.
Primeiro jogo – CSA 0 x Alexandria 0 – CSA se classificou. O Alexandria cedeu um escanteio.
Segundo jogo – Ferroviário 0 x CRB 0 – Venceu o Ferroviário por 3 escanteios contra um.
Terceiro jogo – 13 de Maio 1 x Auto Esporte 0
Quarto jogo – Ferroviário 1 x CSA 0
Decisão – Ferroviário 1 x Treze de Maio 0 – gol de Dirson.
O time campeão formou com Pirilo. Newton e Orizon. Piolho. Dirson e Bá. Milton Mongôlo. Vetinho. Haroldo (Aldo). Claudinho e Peça.

Fontes: Sítios Wikipedia e Museu dos Esportes Alagoanos

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Memória do Futebol Alagoano - Barroso



O Esporte Clube Barroso foi um clube brasileiro de futebol, da cidade de Maceió, do estado de Alagoas. Foi extinto em 1951. Suas cores eram preto e vermelho.

A história do Barroso


Na foto o time do Barroso campeão alagoano de 1946. Em pé: Ziza (diretor). Santiago. Deluva. Biquara. Panterinha. Severino. Paraiba e Luiz Canuto (presidente). Agachados: Benedito. Eraldo. Humberto. Louvain Ayres e Nemezio.

No dia 11 de junho de 1921, quando se comemorava mais um aniversário da “Batalha do Riachuelo”, surgiu em Maceió um novo clube chamado Esporte Clube Barroso. O nome era em homenagem ao grande almirante brasileiro. Um punhado de desportistas fundaram o novo clube: Serginho Chagas. Leodegário Amarante. Manoel Lino e Luiz Cardoso - O lema do clube era –Lutar e vencer sempre unidos pelo esporte.
Durante muitos anos, o Barroso participou dos campeonatos alagoanos com bons e maus momentos. Foi um dos clubes fundadores da Coligação Esportiva de Alagoas em 1927, hoje, Federação Alagoana de Futebol. No primeiro jogo oficial realizado em Maceió, pelo primeiro campeonato da CEA, o Barroso venceu o Uruguai por 2x1.
Com o passar dos anos, muitos diretores assumiram o Barroso. Muitos deles com destaques especiais. Caso de Arestides Toledo. Waldomiro Breda. Paulo Ananias. Luiz Falcão. Oscar de Souza. Abel Ribeiro. Manuel Torquato. Mário Lages e Luiz Canuto. Mesmo nas dificuldades, nas crises, nos momentos difíceis, esses dirigentes não se desesperavam e procuram fazer do Barroso um clube grande. Eram homens simples e fieis trabalhadores, que ofereciam parte do seu tempo para acompanhar o dia a dia do seu time.
O grande momento do Barroso no futebol alagoano aconteceu em 1946. O clube rubro negro se sagrou campeão estadual pela primeira vez. Apesar do campeonato ter sido disputado em apenas um turno, o Barroso ganhou todos os jogos com méritos indiscutíveis. Waldomiro Breda e Luiz Canuto era seus dirigentes mais atuantes, auxiliado pelo Ziza, outro abnegado pelas cores do seu clube.
Em 1951, depois de atravessar muitas crises em seu departamento de futebol, o Barroso foi obrigado a fechar suas portas. Era mais um triste capitulo da história do futebol alagoano. Mais um clube que deixava de existir. Mais uma agremiação que deixava saudades. Não pelo que apresentou ao longo dos campeonatos, mas pela simpatia de seus dirigentes e jogadores.

Títulos
Estaduais
Campeonato Alagoano: 1946.

Fonte: Sítio Museu do Futebol

sábado, 16 de agosto de 2008

Memória do Futebol Alagoano - CRB




Antigo escudo

O Clube de Regatas Brasil ou CRB é um clube brasileiro de futebol, da cidade de Maceió, em Alagoas. Sua sede está localizada no bairro da Pajuçara.
O CRB é um clube extremamente tradicional do Estado de Alagoas, com uma torcida grandiosa e vibrante que o mantém vivo e forte ao longo das décadas.

Breve história do CRB

O CLUBE DE REGATAS BRASIL é um dos clube que leva mais torcedores para os estádios. Um torcedor alegre, ancioso por grandes emoções e bons espetáculos. Para o torcedor regateano nada mais o atormenta do que a gozação dos azulinos depois de uma derrota para o CSA. Mas, na primeira oportunidade, ele dá o troco em dobro. Assim, o futebol é uma fabrica de emoções, onde o torcedor se constitui na materia prima. O fanático torcedor alvi rubro morre a cada derrota do seu clube. A derrota é um impacto que abala até sua ultima fibra.
No ano de 1911, fundou-se em Maceió, o Clube Alagoano de Regatas. Uma agremiação cheia das melhores intenções, mas totalmente vazio de meios para cumprir o seu destino. A jóia era de um mil réis, e a mensalidade de quinhentos mil réis. Sua sede era situada na rua do comercio, 138. Apesar de se chamar Clube Alagoano de Regatas, não possuia yoles nem baleeiras, nem remadores. Possuia um punhado de bravos rapazes que desejavam criar um clube esportivo em Alagoas. Entretanto, o novo clube não podia ir a frente, face a pequena receita com a jóia e mensalidade. Entre seus fundadores estavam os jovens Lafaiete Pacheco, Antonio Bessa, Celso Coelho e Alexandre Nobre. O primeiro, procurou junto aos companheiros, um aumento nas mensalidades, mas a idéia não foi aceita pela maioria. Desse mal entendido, nasceu o CLUBE DE REGATAS BRASIL.


E foi Lafaiete Pacheco que procurou Antonio Vianna e explicou a sua idéia de fundar um clube de regatas na pajuçara. Aceita a idéia, foram convidados outros sete rapazes para fundar um novo clube em Alagoas. Na rua Jasmim, na pajuçara, no dia 20 de setembro de 1912 foi fundado o CLUBE DE REGATAS BRASIL. Além de Lafaiete Pacheco e Antonio Vianna, assinaram a ata de fundação os seguintes desportistas: João Luiz Albuquerque. Waldomiro Serva. Pedro Claudino Duarte. Tenente Julião. Agostinho Monteiro. Francisco Azevedo Bahia e João Vianna de Souza. Seus primeiros passos foram dados na regata. Assim, através de Lafaiete Pacheco o CRB comprou, em Santos, sua primeira yole. Cada sócio fundador contribuiu com cem mil réis, e os outros cem foram tomados emprestados. Duzentos mil réis foi o valor da yole. O dinheiro foi remetido através do Banco de Pernanbuco e a yole veio pelo navio Itapetinga. A primeira garagem foi no quintal da casa de Antonio Vianna, um dos fundadores.
O nome do novo clube foi escolhido depois de algumas divergências. Houve várias conversações e ficou acertado que a nova agremiação passaria a se chamar CLUBE DE REGATAS BRASIL. Um clube forte como a nossa patria. A ata de fundação foi assinados pelos fundadores e mais os seguintes desportistas: Jorge Vieira de Macedo. Alexandre Nobre. Joaquim Pereira. Luiz Buarque. Heitor Porto. Dácio Amaral. Luiz Pizza Sobrinho. Crodegando Gomes. Gastão Silva. A. Camerino e Francisco Azevedo Bahia.
O futebol somente entrou na vida do CRB através dos irmãos Gondin mais Lauro Bahia, José Leite e Abelardo Duarte. Começaram jogando “rachas” no meio da rua. Num desses bate bola, a redonda caiu no quintal de um senhor que não gostava de futebol e ameaçou rasgar a bola. Daí surgiu a idéia de se conseguir um local onde se pudesse jogar futebol com tranquilidade. O local escolhido para servir de campo de futebol para os rapazes treinarem foi o mesmo onde hoje se encontra o estádio Severiano Gomes Filho. O terreno pertencia a dona Maria Torres que o arrendou ao CRB por trezentos mil réis. Era um terreno com altos e baixos. Foi necessário que os dirigentes, jogadores e torcedores trabalhassem para transformá-lo num campo de futebol. Todos estavam entusiasmados e não mediram esforços para mudar o visual do terreno.
Foi preciso muito trabalho para se nivelar o terreno que era cheio de altos e baixos. Mas, todos estavam entusiasmados com o futebol e, aos domingos e feriados, dirigentes junto aos seus atletas, familiares e mais simpatizantes trabalhavam forte para preparar o local para um campo de futebol. Isso aconteceu em 1916. Um ano depois, na gestão de Pedro Lima, começaram as obras para a construção de um Estádio verdadeiro. Antes era somente o campo de futebol.
No ano de 1917, na gestão de Pedro Lima, começaram as obras de construção do estádio propriamente dito - as arquibancadas de madeira.
Na época, havia chegado da Inglaterra, Haroldo Zagalo, pai de Mário Jorge Lobo “Zagalo” ex-jogador e técnico da seleção brasileira e, entusiasmado com o trabalho dos rapazes do CRB, começou a passar seus conhecimentos para os atletas alvirrubros. Também estava em Maceió um alemão chamado Peter, que tinha muita habilidade com a bola e, juntando-se à turma melhorou consideravelmente o futebol no clube da Pajuçara. Estava plantada a semente que mais tarde daria bons frutos.
O primeiro jogo interestadual aconteceu no dia 02 de maio de 1920. O CRB trouxe a Maceió a equipe do Flamengo de Recife. Na época, o rubro-negro pernambucano era uma das melhores equipes daquele estado. Somente no dia 21 de fevereiro de 1921 é que foi lavrada a escritura de aforamento do terreno que até aquela data continuava arrendado. Enquanto isso, os trabalhadores no estádio continuavam. Para alegria de todos, no dia 09 de setembro de 1921, foi inaugurado o primeiro lance de arquibancadas num jogo festivo contra o Centro Sportivo de Peres também de Recife. Na época, as arquibancadas eram de madeira. As grandes arquibancadas de cimento armado somente iniciaram sua construção em 1954. São as mesmas que ainda hoje se encontram no estádio.


Time do CRB com muitos jogadores não identificados, à época do 1º título (1927)
(1) Jacaré. (5) Cavendisch. (6) Vianna.
Sentados: Moacir. Zébino e Xexeo.

Em 1927, o CRB conquista seu primeiro título estadual, só repetindo o feito três anos mais tarde. Na década seguinte, o Clube de Regatas Brasil somou cinco títulos, quatro deles consecutivos (37, 38, 39 e 40). Após o tetracampeonato, a torcida regatiana teve que amargar uma década inteira na fila para poder voltar a comemorar.
Um dos dias que o Estádio da Pajuçara mais recebeu público foi quando o Santos de Pelé nos visitou pela primeira vez, em 1965. Já pelas dez da manhã, o estádio começara a receber torcedores. Ninguém queria deixar de ver o Rei do Futebol. Mesmo assim, muita gente ficou de fora. Mas o estádio ficou colorido, cheio de vida, de vibração, de entusiasmo. E todos tinham suas atenções voltadas para o campo de jogo, onde os jogadores corriam para alcançar a bola, giravam no balanço do drible, saltavam para cabecear e os goleiros voavam como pássaros nas bolas altas. Até parecia que todos dançavam ao ritmo dos gritos dos torcedores.
O CRB voltou a conquistar um tetracampeonato alagoano na década de 70, ao faturar o certame estadual de 1976 a 1979. O clube possui o maior artilheiro da história dos campeonatos alagoanos: Joãozinho Paulista, que vestiu a camisa alvirrubra nos anos 80 e marcou 160 gols pelo Galo. O recorde de gols em um único campeonato também pertence ao CRB: em 1995, Inha marcou 37 gols pelo clube na competição.
Em 1994, o CRB faz grande campanha na Copa do Nordeste, sendo finalista da competição. Na decisão do dia 15 de dezembro, no estádio Rei Pelé, o CRB deixou escapar o título ao ser derrotado pelo Sport por 3x2 nas penalidades, após o término da partida sem gols.

Títulos

Regionais
Taça José Américo Filho: 1975.


Time tetra-campeão estaudal em 1979. Em pé: Cesar. Cicero. Carlinhos. Deco. Flávio e Itamar. Agachados: Jorge da Sorte. Eneas. Alberto. Mundinho e Silva.

Estaduais
Campeonato Alagoano: 25 vezes (1927, 1930, 1937, 1938, 1939, 1940, 1950, 1951, 1961, 1964, 1969, 1970, 1972, 1973, 1976, 1977, 1978, 1979, 1983, 1986, 1987, 1992, 1993, 1995 e 2002).

A goleada do CRB sobre o CSA em 1949
(Publicado na gazeta de alagoas do dia 14 de junho de 1949 por Batista dos Santos)

O publico desejava assistir o grande prélio, tanto assim é que acusaram as bilheterias, uma arrecadação de CR$ 7.810,00, ou seja 2.300 cruzeiros superior a do último prélio.
Agora passamos ao relato do choque, iniciando por dizer que o CRB começou o jogo com vontade de vencer. Carregadas perigosas e bem combinadas eram feitas contra o arco de Carijó. Aos dois minutos, houve uma falta de Paulo Mendes. Cobrada de fora da área por Pedrosa, foi aproveitada em grande estilo por Zé Cícero que, escorando a bola de cabeça, marcou o primeiro gol dos pajuçarenses.
O Regatas continuava na ofensiva e a defesa do CSA limitava-se, apenas, a defender-se como podia e quase imediatamente a contagem quase era aumentada com um tiro de Paulo Santa Rita que foi de encontro a um dos postes das traves. Produto, ainda, do assédio alvi rubro, foi que um hand pênalti cometido por Lauro dentro da área, Zé Cícero converteu no segundo tento para os do Regatas. Os do CSA reagem e procuram melhorar o time com a substituição de Seu Zé por Duda. Vê-se que o CRB cuida mais da defesa do que o ataque. Mesmo assim o trabalho de Laxinha, Arédio e Paulo é bastante produtivo, aproveitando o extrema direita para encaixar magnificamente o balão nas redes do seu Nondas, quando o zagueiro Paulo Mendes falhou lamentavelmente.
O Centro Sportivo Alagoano lutava, então, com disposição. Macaquinho fazia bonitos lances procurando com sua classe, abrir fenda na defesa contrária. Cão, igualmente, com seu arrojo e Oscarzinho com sua malicia, exigiam de Bandeira, Divaldo. Miguel Rosas, Tomires, Pedrosa e Walfrido Vieira defesas e mais defesas. De vez em quando, porém, o CRB esboçava ataques, os quais era feitos perigosamente, não surtindo efeito satisfatório dada a atuação segura de Jaú, que substituira Nivaldo Yang Tay. E quando se registrava um ataque perigoso do esquadrão de aço, o juiz deu por findo o prélio. Marcava o CRB 5x2. Bonita vitória. Venceu com juros a turma de Ulisses Marinho. Triunfo da melhor tática com Arédio e Zé Cícero como pontas de lança. Aquele reapareceu em grande forma. É um jogador rápido e inteligente. Além de tudo é exímio chutador. O CSA soube perder. Não foi o mesmo team do domingo passado. Sofreu o mesmo complexo do CRB, naquela tarde aziaga de 19. No primeiro tempo, foi dominado quase que totalmente. O Centro teve um gol anulado, conquistado com o auxilio de uma das mãos.
Daqui, os nossos parabéns a turma galo de campina pelo brilhante triunfo. Repetiu-se a frase: um grande team não é vencido duas vezes seguidas pelo mesmo adversário. Parabéns ao Centro, igualmente, porque soube perder, encarando a derrota como um resultado próprio da luta.

Detalhes do prélio:

CRB 5 x CSA 2.
Local: Estádio do Clube de Regatas Brasil.
Arbitro: Doca Loureiro com regular atuação.
Renda: 7 mil e 800 cruzeiros.
Quadros:
CRB: Bandeira. Miguel Rosas e Divaldo. Pedrosa. Tomires e Walfrido Vieira. Arédio. Zé Cícero. Laxinha. Dario e Paulo Santa Rita.
CSA: Carijó (Epaminondas). Paulo Mendes e Nivaldo Yang Tay (Jaú). Djalma. Lauro (Castelar) e Euclides. Cão. Macaquinho. Zé Maria. Oscarzinho e Seu Zé (Duda).
Melhores em campo.
No CSA as figuras de destaques foram: Macaquinho. Cão. Euclides. Djalma e Paulo Mendes.
NO CRB, Bandeira, Dario, Walfrido Vieira e Divaldo.
Marcha do placar:
1º tempo: CRB 3x1. Tentos para o CRB de Zé Cícero aos 4 minutos e novamente Zé Cícero aos 20 minutos cobrando um pênalti e Arédio aos 25. O único gol do CSA foi marcado por Divaldo contra.
Final: CRB 5x2. Tentos de Djalma contra aos 13 minutos e Arédio aos 19 para o CRB. Miguel Rosas contra marcou o ponto do Centro Sportivo Alagoano.
Preliminar: CRB 1x0.
Anormalidade: Não houve.

CRB tetra campeão - 1937/38/39/40


Ataque do CRB em 1937 que ajudou o clube na conquista do seu primeiro tetra campeonato.

Moisés. Gaspar. Arlindo. Duda Bocão e Vicente Lobão que, mais tarde, se transformou em um grande goleiro jogando pelo America do Rio de Janeiro e, quando deixou a bola, surgiu como um dos melhores árbitros do futebol nordestino.
O CRB foi o primeiro clube alagoano a ganhar um tetra campeonato. Foi uma campanha cheia de capítulos gloriosos, mas também de alguns revezes que somente foram esquecidos pelo inesquecível título conquistado. E a campanha começou com uma derrota. O CRB perdeu para o Vasco por 4x1. E foi dessa derrota que os alvirubros conseguiram forças para corrigir os erros cometidos e partirem para uma epopéia gloriosa. A torcida acompanhou os jogos no sol ou na chuva. A medida que os jogos iam sendo realizados, os torcedores se entusiasmavam mais ainda. Uma torcida generosa e que adorava seus “deuses” dentro do gramado.
Foi em 1937 que o CRB começou sua caminhada rumo ao seu primeiro tetra. No primeiro turno, houve necessidade de um jogo extra entre CRB e Nordeste para se conhecer o campeão desta fase. O clube da pajuçara venceu por 6x4. Como também ganhou o segundo turno, o CRB foi o campeão da temporada de 1937 jogando quinze partidas. Venceu onze. Perdeu duas e empatou outras duas. Os jogadores campeões foram os seguintes: Vicente. Osvaldo. Lucena. Bacurau. Heider. Ariston. Moisés. Gouvéia. Edmar. Gondim. Arlindo. Edmundo. Duda Bocão. Paulinho. Maninho. Zequito Porto. Aldo. Badica. Eraldo. Cláudio Régis. Valério e Humberto.
No bi campeonato o CRB já havia contratado o técnico húngaro Franz Gaspar. Profundo conhecer do futebol ele armou um time excepcional e que chegou a ser chamado de “O esquadrão de Aço”. E foi com este time que o clube chegou ao titulo com uma certa facilidade. O clube ganhou os dois turno disputando doze jogos. Venceu dez. Empatou um e perdeu outro. Os bi campeões foram: Humberto. Ariston. Osvaldo. Heider. Valério. Maninho. Cláudio Régis. Gouveia. Arlindo. Duda Bocão. Gaspar. Overlack. Moisés. Ventania. Moróró e Dório.
Em 1939 veio o tri campeonato. Um titulo invicto. Franz Gaspar sabia como ninguém mover as peças do seu time para ganhar os jogos. Mais uma vez ganhou o primeiro e o segundo turno disputando onze partidas. Venceu nove e empatou duas. Foi o ano do jogo famoso da “SOFIA”. A goleada no clássico CRB x CSA. Os 6x0 para o CRB continua como o maior placar da história entre os dois rivais. Os tri campeões foram: Humberto. Osvaldo. Bacurau. Ariston. Gabino. Gilfredo. Gaspar. Cláudio Régis. Ventania. Arlindo. Duda Bocão. Ramalho. Zadir e Heider. O centro avante Arlindo continuou como o grande artilheiro da equipe.
Finalmente em 1940, o CRB conquistava seu tão sonhado titulo de tetra campeão. A equipe já estava amadurecida e foi necessário muita experiência para chegar a conquista inédita. Os jogadores já não tinham a mesma vitalidade das campanhas anteriores. Mas, orientados por Franz Gaspar, o time teve forças para superar todos os obstáculos. O primeiro turno o CRB conseguiu conquistar. No segundo, as coisas se complicaram. O CSA ficou com o returno e se habilitou a decidir o titulo em uma melhor de três. No primeiro jogo, vitória do CSA por 2x1. O CRB ganhou o segundo também por 2x1.
No terceiro aconteceu um fato diferente. O jogo começou com muito sol e o CSA fez dois a zero. E segundo uma modinha cantada na época, “e a chuva chegou e a vitória do CSA o vento levou …” Com muita chuva o CRB empatou em dois a dois. A chuva foi tão forte que alagou o campo do mutange obrigando o arbitro pernambucano, Palmeira, a suspender a partida aos vinte e cinco minutos do segundo tempo. O restante do tempo foi disputado no mesmo local uma semana depois. Um gol de Cláudio Régis deu a vitória por 3x2 e o tetra campeonato ao CRB . Em treze jogos, os alvirubros venceram dez, empataram um e perderam dois. Fizeram parte da campanha do tetra os seguintes jogadores: Lisboa. Osvaldo. Louvain Ayres. Ariston. Gabino. Gilfredo. Cláudio Régis. Ventania. Arlindo. Duda Bocão. Heider. Birusca. Paraibano. Gaspar. Honorio. Zébino. Bacurau. Duílio. Ramalho. Luiz Quirino e Calú.

Vitória espetacular do CRB contra o Olaria - 1949
(Jornal de Alagoas)

Vitória maiúscula alcançou o Clube de Regatas Brasil sobre o Olaria Atlético Clube do Rio de Janeiro. Triunfo da raça sobre a classe para que o prestigio do futebol alagoano, já conhecido no Maranhão e na Bahia, chegue até a Capital da Republica, porque vencemos um quadro acostumados a lutar contra os grandes, um quadro que faz parte da primeira divisão do futebol carioca e que nos últimos anos vem realizando boas campanhas no campeonato do Rio de Janeiro.
Toda aquela massa que se comprimia do estádio da pajuçara, talvez não pensasse que os Galos de Campina vencessem o prélio. Talvez uma leve desconfiança chegada a alguém: O CRB vai vencer. Mas as apostas eram favoráveis ao Olaria, coisa natural, pois íamos enfrentar uma equipe do Distrito Federal. No final, muita gente perdeu dinheiro, quando o marcador acusava 1x0 para o Clube de Regatas Brasil, gol de Carlos Santa Rita.
Pouca gente poderá compreender porque o Regatas foi um gigante, na tarde de domingo ultimo, quando enfrentou o Olaria. Gigante do pontapé inicial ao apito do cronometrista, dando por encerrado o match. Longe de se diminuir e sem tentar estudar o quadro visitante, porque talvez não chegasse a compreendê-lo, partiu o CRB ao ataque mal começou o jogo. Não quis saber do cartaz de time do sul. Foi lá, ao arco de Zezinho, tentar a vitória, que chegou como uma dádiva do céu.
Depois de tirar a saída, caminhou o CRB para o ataque. Jogo rápido e firme. A bola foi à direita com Paulo que cruzou pra seu irmão Carlos. Entretanto, a pelota ainda esteve dentro da área olariense, antes de ir ao ponteiro canhoto que atirou de maneira espetacular para Zezinho tentar interceptar e afinal deixar que o placar passasse a 1x0. Eram decorridos um minuto e cinco segundos de jogo e a vitória do Regatas estava assinalada, embora muitos momentos de emoção foram vividos ao longo do restante dos minutos do prélio com defesas sensacionais do goleiro do CRB Bandeira.
Decorridos dez minutos de partida equilibrada, já como placar a seu favor, seguiram os alvirubros a orientação de Zequito Porto e passaram a fazer uma defesa cerrada, marcação perfeita, homem a homem com elementos isolados no ataque. O Olaria se manteve na perseguição do gol do empate, em luta desesperada contra o sistema defensivo do CRB, tentando com filigranas vencer a fibra dos nossos rapazes. Não conseguiu, embora dominasse bom período do jogo, porque o CRB foi um gigante.

CRB (AL) 1 X 0 OLARIA (RJ)
Data: 15 / 5 /1949
Amistoso Estadual
Local: Estádio da Pajuçara
Gol: Carlos Santa Rita
Juiz: Doca Loureiro
CRB: Bandeira, Divaldo e Miguel Rosas, Walfrido Vieira, Tomires e Pedrosa (Fontino),Paulo,Zé Cícero (Macaquinho), Laxinha, Severino e Carlos Santa Rita (Wilton) (Dirson)
OLARIA: Zezinho, Osvaldo (Lamparina) e Haroldo. Amaro,Olavo e Ananias, Alcino, Alves, Maxwell, Mical e Esquerdinha.

O CRB arrasou o Comércio – 14x0 em 1949
(Jornal de Alagoas)

O torcedor que não foi ao estádio da pajuçara soube que o CRB arrasara o Comércio por 14x0, talvez tenha achado uma piléria do seu amigo informante. Só depois de ouvir três ou quatro vezes que o placar tinha sido mesmo 14x0 para os alvirubros, acreditou.
É incrível que um clube como o Comércio que faz força de todo jeito, que ameaça de todas as maneiras, que gosta de arrepiar, que já venceu o mesmo CRB por 4x1 lá no mutange, tenha deixado se envolver pelas jogadas dos atletas do CRB. Os Galos de Campina não chegaram a se esforçar para ampliar o marcador e só atirava a gol quando sentia que podia chutar para as redes do adversário. Os atacantes do CRB quando se aproximavam da área encontravam facilidade para chutar e o goleiro Jorge nada podia fazer.
Este foi o aspecto do jogo. Na fase final o Comércio se entregou totalmente ao CRB e a chuva de gols foi aparecendo, a ponto de apenas três jogadores do clube da pajuçaca não terem marcado gols. O goleiro Bandeira, cansado de ficar em pé noventa minutos quase sem jogar. O zagueiro Miguel Rosas e a revelação do time Cacau. No inicio do primeiro tempo, o Comércio ainda fez uns três ataques contra a meta de Bandeira que passou um sério perigo quando o atacante Wilson ficou sozinho a sua frente, chutou na trave e Miguel Rosas corrigiu a brincadeira de Divaldo que quase causou o primeiro gol da tarde. Depois, o jogo pelo centro do campo foi se aproximando da área do Comércio e chegou a goleada. Jogo não houve. Houve uma chuva de gols que poderia ter sido maior se os atacantes do CRB não tivessem se preocupado em treinar deslocamentos, única coisa que vimos anteontem na pajuçara, além dos gols. Se a turma da pajuçara tivesse a sede dos gols, o marcador poderia chegar a vinte.
Laxinha abriu a contagem. Zé Cícero aumentou para dois na cobrança de um pênalti. O mesmo Zé Cícero fez 3x0. Aos 28 minutos Laxinha fez seu segundo gol. E Carlos Santa Rita completou o marcador do primeiro tempo: 5x0.
No primeiro minuto do segundo tempo, Zé Cícero fez 6x0 na cobrança de outro pênalti. Dario fez 7x0. Tomires cobrando uma falta de fora da área colocou 8x0. Logo depois desse gol aos 13 minutos o atacante Nelson do Comércio deixou o campo sem nenhum motivo e sem avisar ao arbitro. Laxinha assinalou mais um gol para o CRB aos 23 minutos. Novamente Carlos Santa Rita marcou 10x0. E mais dois jogadores do Comércio saíram de campo sem permissão do juiz. Aos 29 Arédio fez 11x0. Laxinha marcou mais um. Divaldo também fez o seu aos 40 minutos e Pedrosa completou os 14x0 aos 42 minutos.
Embora abatido por 14x0, o Comércio soube perder. Não procurou usar de meios violentos para parar o adversário e suportou o peso da derrota. Apesar de três jogadores preferiram abandonar os companheiros e deixar o campo. O clube comerciário poderia ser grande se tivesse o apoio de todo o comércio maceioense. Na pajuçara vimos apenas Álvaro Oliveira e José Policarpo, dois esforçados diretores do clube azul, amarelo e vermelho. O técnico Morais não apareceu em campo, nem tão pouco o presidente do clube.
O Regatas jogou com Bandeira. Divaldo e Miguel Rosas. Cacau. Tomires e Pedrosa. Zé Cícero. Arédio. Laxinha. Dario e Carlos Santa Rita.
O Comércio com Jorge. Pirombá e Ariston. Fernando. Djalma e Aleixo. Nelson. Silô. Wislon. Tião e Peça.
O juiz foi Cláudio Régis que não teve nenhum trabalho.
O jogo foi realizado no dia 3 de setembro de 1949 pelo campeonato alagoano.

O clássico dos penaltis perdidos - CRB 4 x CSA 0 - 1953

Futebol é um esporte realmente surpreendente. Uma autêntica caixinha de surpresa. Muitas coisas acontecem dentro do gramado que não tem explicação. A propósito, isso nos faz lembrar um clássico entre CSA e CRB, realizado na pajuçara, no dia 20 de setembro de 1953. Era aniversário do Clube de Regatas Brasil e para comemorar a data, o CRB convidou o eterno rival para um amistoso. Um ano antes, tinha acontecido um clássico em que o CSA aplicou um tremendo “Xaxado” que culminou com uma goleada de 4x0. Pois bem, um ano depois, os dois clubes voltavam a se defrontar na pajuçara para comemorar os 41 anos do clube da pajuçara. E desta vez, a tarde se tornou festivamente alvi rubra.
Algo inexplicável aconteceu naquele clássico. Primeiro, o CRB inaugurou o marcador com um gol de Eraldo. Logo depois, o juiz Hildebrando Codá assinalou um pênalti contra o CRB. Encarregado da cobrança, Piolho chutou para fora. Antes de terminar o primeiro tempo, o árbitro marcou outra penalidade máxima contra o clube da pajuçara. Quem cobrou foi o ponta direita Cão. Ele chutou com violência, mas para fora. Era o segundo pênalti perdido pelo CSA.
Veio o segundo tempo, e o CRB aumentou o marcador para 2x0 através de Miro. Logo após, chegou aos 3x0 com um belo gol de Santa Rita. Para completar o desespero dos azulinos, o zagueiro Neu marcou contra suas próprias redes o quarto gol do CRB. Acontece que, antes de terminar o jogo, outro pênalti é marcado contra o CRB. Desta vez, quem fez a cobrança foi o tranqüilo capitão azulino Paulo Mendes. E ele também perdeu. Como pôde acontecer tudo isso, ninguém consegue explicar. Três pênaltis perdidos. Três chances maravilhosas para, pelo menos, tornar honrosa a derrota. Fica difícil encontrar uma explicação e muito mais difícil ainda entender. Mas aconteceu.
O CRB festejou seu aniversário goleando o velho rival jogando com Luiz. Divaldo e Miguel Rosas. Joab. Itamar Dengoso e Mourão. Miro. Eraldo. Bemvindo. Santa Rita e Zeca. O CSA perdeu com Levino. Neu e Paulo Mendes. Oscarzinho. Zanélio e Piolho. Cão. Dida. King. Deda e Géo.
O interessante, também, foi que Itamar Dengoso personagem do clássico “Xaxado”, atuando pelo CSA e marcando dois gols jogou pelo CRB. E o goleiro Levino que também atuou no “Xaxado” defendendo a meta do CRB atuou pelo CSA. Coisas do clássico. Coisas do futebol.

CRB 3 x Santa Cruz do Recife 1 - 1963
(Jornal de Alagoas)


O lance é do gol de Canhoto para o CRB. O artilheiro aparece indo buscar a bolas nas redes do Santa Cruz.

O CRB vinha de vitórias contra os clubes pernambucanos e naquele domingo recebeu a visita do Santa Cruz que seria o vingador do futebol da terra do frevo. Os alvi rubros alagoanos haviam vencido Náutico e América e empatado com o Sport Recife. A torcida da terra dos marechais estava empolgada e lotou o pequeno estádio da pajuçara. Foi um recorde de renda naquela tarde. O CRB tinha um bom plantel, estava jogando um belo futebol e esperava confirmar tudo isso diante do Santa Cruz.
O inicio do jogo foi equilibrado com o Santa Cruz procurando se aproveitar do desentendimento entre Aguiar e Marcio. Corrigindo as falhas de sua defesa, o CRB começou a tomar as rédeas do jogo e fechou o primeiro com 2x0, gols de Edinho e Canhoto. Na segunda etapa, aconteceu o lance mais bonito da partida. Canhoto lançou para Edval na ponta esquerda que cruzou pelo alto para a área do Santa Cruz. Tonho Lima subiu com as pernas para o alto e aplicou uma linda bicicleta. A bola foi direto para as redes dos corais pernambucanos. O goleiro só viu a bola voltando depois de bater na malhas. Um lance difícil de acontecer. Só este lance pagaria o ingresso de todos aqueles que estiveram na pajuçara. O Santa Cruz diminuiu para 3x1 no final da partida através de Mainha.
Jogo disputado no dia 11 de agosto de 1963 no estádio da pajuçara.

CRB 3 x Santa Cruz de Recife 1.
Gols de Canhoto. Edinho e Tonho Lima (CRB). Mainha (Santa Cruz).
Juiz: Agustín Farrapeira.
CRB: Pelopidas. Aguiar. Marcio. Bernardo e Paulo Brandão. Didi e Paulo Nylon. Edinho. Canhoto. Tonho Lima e Edval.
Santa Cruz: Milesi (Brito). Bosco. Nelson. Luiz (Miruca) e Dinha. Genival (Haroldo) e Biu. Valdir (Arcanjo). Déo (Toninho). Osvaldo e Birungueta (Mainha).

O massacre do Santos na pajuçara - 1965
(JF Esportivo)

O Santos já era o maior clube do mundo. Possuía em seu plantel nada menos de oito campeões do mundo. Um time quase imbatível. O torcedor alagoano, apenas se limitava a acompanhar pelo rádio o sucesso do time santista e ficava sem saber se acreditava nas inúmeras façanhas que os locutores esportivos atribuíam a Pelé e seus companheiros.
E, então, surgiu a oportunidade para a torcida alagoana ver de perto o famoso time bi-campeão mundial interclubes. Um grupo de empresários resolveu patrocinar a visita do Santos à Maceió. Em princípio, falou-se na formação de um combinado CSA-CRB para enfrentar os santistas. Como não houve acordo, e o CRB era o campeão alagoano, ficou definido que o jogo seria na Pajuçara contra os donos da casa.
Nunca o estádio Severiano Gomes Filho esteve tão cheio. Até cadeira de pista foram colocadas a venda. Arquibancadas e gerais super lotadas. O estádio teve seus portões aberto as dez horas da manhã e logo foram formadas imensas filas para entrar no campo. Ninguém queria perder a oportunidade de assitir os bi campeões mundiais. Mas a grande sensação era Pelé.Todavia junto ao “rei” estavam Gilmar. Zito. Mauro,Orlando, Pepe, todos campeão do mundo. O Santos era um super time.
E o jogo aconteceu. O primeiro tempo terminou 0x0. A torcida chegou a reclamar que o Santos não era aquela equipe que todos queriam ver. Mas, o segundo tempo foi diferente. Os gols foram surgindo de todo tipo. Começou com Pelé e seguiu Coutinho duas vezes. Como a goleada era questão de tempo, a defesa do CRB começou a apelar.Com isso, o técnico santista resolveu retirar de campo seus principais jogadores. Antes de sair, Pelé ainda marcou o quarto gol. Toninho fez o quinto e Peixinho o sexto.
A diferença de categoria ficou evidenciada no segundo tempo justamente quando o Santos resolveu correr mais. O CRB ficou apenas no espirito de luta, impotente para evitar a goleada.
O juiz foi José Carmelito da Federação Paulista de Futebol. O Santos jogou com Gilmar(Laércio). Modesto. Mauro (Haroldo). Orlando (Joel) e Lima (Geraldino). Zito e Rossi. Peixinho. Coutinho (Toninho). Pelé (Santana) e Abel (Pepe). O CRB com Dirceu. Aguiar. ZéLuiz. Evandro e Lourival. Pinga e Cabo Jorge. Naldo. Xavier (Humaitá). Canahoto e Zé Luiz II.

Massagista evita vitória do CRB - 1976
Luiz Alves

Para jogadores, treinadores e, mesmo, para os “cartolas”, a fama no futebol é coisa relativamente fácil. O jogador porque faz um gol ou defende um pênalti e evita a derrota do seu time. Os “cartolas” porque aparecem nas rádios, jornais e, até televisão, concedendo entrevistas e falando sobre seu clube. Mas outras profissões, ainda que importantes no futebol, a fama não existe. Por exemplo, para um massagista, que cuida dos músculos dos atletas, que os prepara para os jogos, tudo não passa de rotina. A fama e a glória não existe para os massagistas, mesmo nas alegrias de uma vitória. Muitas vezes, o recado do treinador é dado pelo massagista com rapidez e oportunismo, e pode transformar a sorte de uma partida. Ninguém duvida que os massagistas além de massagear pernas famosas, muitas vezes, se tornam confidentes de seus jogadores.
Entretanto, alguns massagistas, ganham manchetes no noticiário esportivo, graças a uma ação deliberada ou surpreendente que cometeu. Um desses casos aconteceu em Alagoas envolvendo Cícero Lopes de Araújo, o popular Castanha, que foi massagista do CSA por mais de dez anos. Um caso curioso que ganhou notoriedade por ter criado uma polêmica incrível. Foi num clássico CRB x CSA, ocorrido no dia 8 de abril de 1976, no Trapichão. O jogo era válido pelo quadrangular decisivo do primeiro turno. O vencedor seria campeão do turno. O juiz era Pedro Rufino. O jogo estava empatado em 1x1. Então aconteceu um ataque do CRB. O lateral Espinosa fez um cruzamento para a área azulina e o goleiro Paulo Sérgio saindo precipitadamente, não segurou a bola que caprichosamente sobrou para o ponteiro Silva. Era a chance do gol da vitória regateana. Silva vinha chegando e chutou em direção as redes azulinas. Foi no momento exato em que o massagista Castanha se aproximava da meta de Paulo Sérgio para transmitir um recado do treinador. Vendo que o chute de Silva tinha endereço certo, não pensou duas vezes, entrou no gramado e, junto ao poste lateral direito, não deixou a bola entrar no gol do CSA, dando um chute em direção ao meio campo.
A torcida do CSA vibrou como se seu clube tivesse marcado um gol. A torcida do CRB ficou revoltada. Todos queriam o gol que parecia iminente. Como a bola não ultrapassou a linha de meta, o juiz não confirmou o tento, mas expulsou o massagista Castanha. O caso durou muitos anos nos noticiários esportivos e causou debates violentos entre as duas torcidas de Alagoas. Um acontecimento inusitado, no qual, pelo primeira vez um massagista ganhou notoriedade e fama.


O time do último título estadual conquistado em 2002.

Fontes: Sítio Museu dos Esportes, Sítio Wikepedia, Sítio Futebol na Rede

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Memória do Futebol Alagoano - ASA de Arapiraca-AL


Fantasma ou Mancha
Mascote que identifica o ASA como o "Fantasma das Alagoas".

A Agremiação Sportiva Arapiraquense ou ASA é um clube brasileiro de futebol, da segunda maior cidade do estado de Alagoas, Arapiraca. É o clube que mais conquistou títulos em Alagoas no Século XXI.

ASA - Campeão de 1953

Em pé:Pedrinho Vital. Antonio Rocha. Erivaldo. Acebilio. Dema. Baiano. Zezinho. Zequinha. Pinheiro.Cicero. Luizinho e Dr. Nelson Rodrigues.Agachados: Everaldo. Cabeleira. Netinho. Cecé. Paizé. Marcelo e Waldemarzinho.

A FUNDAÇÃO


Fundado em 1951, depois que o Ferroviario, clube da empresa que estava construindo Ferrovias, daí o sugestivo nome, fechou as portas.
O Asa já foi "perseguido" por ilustres pessoas. Uma delas, João Saldanha, ex-técnico da Seleção Brasileira em seus comentários, se referia a "esses arapiracas da vida", uma alusão em se tratando de clubes ruins.
Anos depois, Francis Hime e Chico Buarque eternizaram o clube na música "E Se", que falava das coisas improvaveis ou impossiveis de se acontecer. Na letra da musica, o Asa pagava o pato. "E se o Arapiraca for campeão..."
A propria imprensa "paulista", lembro-me bem, caia na tentação de falar do Asa, quando algum clube do estado ia mal das pernas.
Tá certo que o Asa viveu tempos ruins, mas que queimaram a lingua, ah.....disso não se tem duvidas!!!

HISTÓRIA

Em 1951, Arapiraca tinha como prefeito o Dr. Coaracy da Mata Fonseca. A cidade, ainda pequena, começava a trilhar o caminho do progresso. A feira já começava a se destacar em todo o Nordeste brasileiro. A empresa Camilo Colier estava construindo a estrada de ferro (todos na cidade estavam com medo, pois diziam que quando o trem estivesse chegando na então vila Lagoa do Rancho, já seria perigoso atravessar o trilho no centro da cidade - ± 15 Km).
A construção da estrada de ferro exigia o trabalho de muita gente. E essas pessoas buscavam algum meio de diversão nos dias de folga. Como não poderia deixar de ser, o futebol estava em primeiro lugar. E a pedido dos funcionários, a direção da empresa resolveu construir um campo de futebol.
Formou-se o time, que obteve o sugestivo nome de FERRROVIÁRIO, com as cores preto e branco. As tardes de domingo da cidade passaram a ser mais movimentadas, pois seus habitantes tinham lugar certo para ir, o campo da estação.
Mas a construção da estrada de ferro foi concluída. O Ferroviário acabou. A diversão das tardes de Domingo acabou.
No entanto, empresários e autoridades da cidade não estavam conformados com o vazio provocado pela falta do futebol. Surgiu, assim, no dia 25 de setembro de 1952, a ASSOCIAÇÃO SPORTIVA ARAPIRAQUENSE, era "o" ASA que surgia da força empreendedora do Sr. Antônio Pereira Rocha, o primeiro presidente.
O primeiro campeonato do qual participou foi o de 1953. E começou com o pé direito. Foi Campeão Alagoano, apesar deste título somente ter sido reconhecido pela Federação Alagoana de Futebol em 1998, por iniciativa direta do cidadão arapiraquense Dr. José Pereira Neto. Depois, o ASA foi bi campeão alagoano nos anos de 2000 e 2001. E campeão nos anos de 2003 e 2005. Nos últimos seis anos, o clube de Arapiraca conquistou quatro titulos.
Em 1977, por decisão da diretoria, passou a chamar-se AGREMIAÇÃO SPORTIVA ARAPIRAQUENSE, continuando a ser o mesmo ASA.
No ano de 1982, uma infeliz idéia brotou, levando o eterno alvinegro da terra dos Andrés, a ser rubro-verde. Mas pouco tempo depois, o "pendão alvinegro", imortalizado no hino pelo Prof. Pedro de França Reys triunfou.
O alvinegro arapiraquense foi vice-campeão alagoano nos anos de 1967, 1970, 1979 e 1991. Em 2000, após quase 47 anos sem ganhar um campeonato, sagrou-se campeão alagoano. Repetiu a dose e conquistou o bicampeonato em 2001. Com isso, ficou consagrado como último campeão do século XX e primeiro campeão do século XXI. Foi campeão alagoano também em 2003 e 2005.
Em 2005 não só venceu o campeonato estadual, quando ganhou os dois turnos (COPA MACEIÓ e COPA ALAGOAS), não possibilitando a mínima chance para os seus adversários, como também conquistou um título interestadual, a COPA ALAGIPE, sendo considerado vencedor da TRÍPLICE COROA.
Com tantas vitórias, o ASA já é o "CAMPEÃO DA DÉCADA", demonstrando que está cada vez mais forte e transforma a vida de uma cidade que ri, chora, se enche de esperança, sem jamais abandonar a sua religião, o seu alimento, a sua vida, o SEU ASA. O GIGANTE ASA DE ARAPIRACA.
E esta cidade, ao ver o ASA campeão, faz esvoaçar sua bandeira com o vento da alegria, prendendo-a com o cravo da tradição e glorificando toda a nação alvinegra da terra de Manoel André.

Distintivos


Primeiro escudo
Adotado no ano da fundação.


Segundo escudo
Adotado em 1977.
A única mudança foi no nome que passou de Associação para "Agremiação".


Terceiro escudo
Escudo utilizado na década de 80.


Distintivo Atual
Nova mudança no ano de 2000.

E-MAIS

- A maior façanha da história do ASA foi vencer o Palmeiras-SP por 1 a 0 em pleno Parque Antártica, e mesmo tendo perdido por 2 a 1, seguiu em frente na Copa do Brasil de 2002.


A rivalidade no clássico do interior - ASA e CSE

O ASA faz, junto com o CSE, da cidade de Palmeira dos Índios a maior rivalidade do futebol do interior de Alagoas.
O torcedor paga por um espetáculo nem sempre compensador. O futebol não tem preconceitos, não faz distinção de raça ou cor. Arrasta milhões de adeptos e ninguém sabe quando eles se sentem bem ou mal. Se seu clube perde, seus extravasamentos atinge as profundezas das mais perigosas reações. Se o time ganha, a forma inversa desses extravasamentos vão aos píncaros da euforia.
A grande rivalidade do futebol do interior alagoano foi durante muitos anos, entre o ASA de Arapiraca e o CSE de Palmeiras dos Indios. Um dos episódios mais dramáticos aconteceu em 1953. Começou com a decisão do campeonato matuto. O jogo foi realizado em Palmeiras dos Indios, numa tarde sem sol e com nuvens escuras no céu. Para apitar o grande jogo, o melhor juiz da época, Waldomiro Brêda. O jogo transcorria normalmente e o ASA vencia por 1x0. A chuva que caia em Palmeira dos Indios era cada vez forte. Aos trinta e cinco minutos do segundo tempo, a coisa se transformou em tempestade. Waldomiro Brêda foi obrigado a suspender o jogo. Na mesma semana, a Federação Alagoana de Desportos programou para o domingo seguinte o restante dos noventa minutos para se conhecer o campeão. Jogados os dez minutos, o marcador não se alterou. Como o publico pagou para assistir um jogo de noventa minutos, os dirigentes acertaram que os times continuariam jogando mais oitenta minutos de forma amistosa.
Foi nesse período que se deu a maior confusão dentro e fora de campo. A briga começou entre os jogadores que trocaram socos e pontapés. Fora do campo , um torcedor do CSE agrediu moralmente o presidente do ASA, Antônio Rocha. Como ele estava com um guarda chuva, deu uma cacetada no torcedor. O tempo também fechou fora das quatro linhas. Uma verdadeira guerra sem soldados. Ninguém procurar contornar a situação. Nem podia. Todos davam e apanhavam. Para sair de Palmeira dos Indios, a delegação do ASA passou por vexames e humilhações. Afinal, o numero de torcedores do CSE eram bem maior do que do ASA.
A revolta em Arapiraca tomou conta de todos seus habitantes. Todos queriam uma forra. No dia seguinte, na segunda feira, se realizaria a famosa Feira de Arapiraca. Muitos caminhões começaram a chegar de Palmeira dos Indios carregando palmeirenses para comprarem e venderem mercadorias. O chefe de policia de Arapiraca se juntou com o delegado e um punhado de torcedores, aqueles que mais apanharam em Palmeira dos Indios, foram para a entrada da cidade, a fim de esperar os caminhões. A forra foi dada ali mesmo. Os caminhões eram parados pelas autoridades e seus policiais e os arapiraquenses apontavam aqueles que estavam no estádio e na briga do dia anterior. Não adiantava dizer que havia engano. Era descer e apanhar. Por causa desse episódio, durante muitos e muitos anos, ninguém de Arapiraca ia a Palmeira dos Indios e vice versa. E tudo começou numa tarde bonita de sol em meio a uma festa pela conquista de um titulo de campeão.


Títulos

Regionais
Copa Alagipe: 2005.

Estaduais
Campeonato Alagoano: 5 vezes (1953, 2000, 2001, 2003 e 2005).


Bicampeão alagoano 2001

Fonte: Sítio Campeões do Futebol, Sítio Oficial do ASA e Sítio Museu do Futebol